- Rafa Cappai
- Posts
- 8 conceitos que dialogam com o tema da multipotencialidade. E explicam como funciona nosso mundo interno.
8 conceitos que dialogam com o tema da multipotencialidade. E explicam como funciona nosso mundo interno.
Dar nome é saber que não estamos sozinhos...
Nessa edição, em 4 minutos: voltei a postar no IG + porque dar nome é importante + 8 conceitos que dialogam com o tema da multipotencialidade e explicam o mundo interno desses seres criativos.
Nessa edição (clique pra ir direto):
O universo inteiro me interessa.
Essa semana, voltei a produzir conteúdo lá no IG, não sei se você viu… E recomecei por um tema que continua sendo uma constante aqui dentro de mim, apesar de todas as mudanças que venho vivendo: a tal da multipotencialidade.
Sai ano, entra ano e meu desejo de explorar a minha criatividade em diferentes contextos continua (por aí também?). E, entra ano e sai ano, toda vez que falo sobre isso, tem um punhado de gente que menciona que nunca ouviu falar sobre o termo, mas que se identifica com as características desse jeito de navegar a vida. E a gente achando que isso só “acontece” com a gente, né? 😀
Tapa na cara, né? Porque, cá estou eu, achando que meu trabalho com esse assunto já tinha sido feito, que ninguém lá fora precisa mais ouvir o que tenho a dizer sobre isso…
Uma voltinha pra trás…
Pra quem me acompanha há pouco, em 2015 fiz um TEDx sobre o tema; tenho um curso online falando sobre isso (que está sendo reestruturado); já fiz incontáveis palestras sobre o assunto; já fui em programa na TV Futura sobre educação x multipotencialidade; e já fui até citada pela Pitty, no Saia Justa, falando sobre o assunto. Beijo no ombro! 😘
E eu sei que tem gente que dá de ombros, como se falar sobre isso fosse nos gabar de termos muitos talentos e/ou paixões. Como se viesse de um lugar egóico, gratuito, de autopromoção…
E tá longe disso. Falar sobre multipotencialidade, pra mim, tem uma função social: de encontrar uma pessoa que ouviu a vida inteira que tem que escolher uma só área de trabalho, começando a pensar diferente sobre o assunto, começando a se aceitar um pouco melhor nesse mundão que hipervaloriza a especialidade.
Eles dizem:
Você tem que escolher…
Você não tem foco…
Você quer tudo e nunca vai ter nada…
Você já passou da hora de saber o que quer da vida…
Você se distrai fácil com as coisas…
Porque, na real, pouco importa o nome. Se chamamos de multipotencialidade ou não. O importante é que você se identifique e saiba que tá tudo bem ser assim. Que você se reconheça e pare de sofrer toda vez que tem vontade de aprender / vivenciar uma coisa diferente e o mundo continua gritando que você é sem foco.
Tá certo que ser multipotencial tem também seus desafios bem específicos, mas isso deixamos pra outro papo. Porque hoje senti de trazer aqui 8 conceitos que dialogam com esse universo da multipotencialidade, para que você reconheça que isso não é um defeito pessoal seu.
E que, na verdade, é um recorte muito importante, que fala de uma parcela da população que pensa, sente, age e existe diferente. Se não fosse assim, a gente não tava aqui inventando tanto conceito pra explicar essa parada. E eles existem, porque explicam esse nosso mundo interno e como navegamos a vida.
Eu sei, eu sei… mas pensa assim: dar nome às coisas faz parte do nosso trabalho como seres-humanos. Nos ajuda a dar sentido, trazer chão. É como um espelho. E, no fim das contas, cada pessoa vai se identificar com um ou outro jeito de nomear. E quando alguém sente que aquilo que vive foi nomeado, um novo horizonte se abre. Dar nome pras coisas traz segurança e nos lembra que não estamos sozinhos. Nos acolhe e abre nosso espaço interno. E isso não sou eu que tô dizendo…
Então, vamos lá: 8 conceitos que dialogam com o tema da multipotencialidade. E explicam como funciona o nosso mundo interno.
Mas antes, vamos ao conceito de multipotencialidade:
É a capacidade de uma pessoa se envolver e se destacar em múltiplos campos ou disciplinas, ao longo de sua vida. Em vez de se concentrar exclusivamente em uma carreira ou interesse específico, os multipotenciais abraçam sua diversidade de talentos e paixões. Eles podem ser autodidatas em várias áreas e têm uma tendência natural para o aprendizado contínuo e a exploração de novos interesses. Destaque aqui para as estadunidenses Barbara Sher e Emilie Wapnick que vêm falando sobre o assunto e apoiando multipotenciais há tempos.
Alma Renascentista: esse termo faz referência aos pensadores e artistas do Renascimento, que eram conhecidos por sua habilidades em se destacar em múltiplas áreas, como artes, ciência, filosofia, entre outras. Esse conceito fala de pessoas como Leonardo Da Vinci, que, possuia uma ampla gama de interesses e paixões em diferentes áreas da vida e que não se limitavam a explorar apenas uma especialidade. Uma pessoa de alma renascentista é aquela guiada por uma curiosidade profunda e um desejo de aprender sobre diversos assuntos.
Polímata: uma pessoa polímata é aquela com conhecimentos ou habilidades em uma ampla variedade de áreas, ou disciplinas. Eles são conhecidos por sua sede de conhecimento e sua capacidade de se destacar, de fato, em múltiplos campos, frequentemente sendo autodidatas e exploradores incansáveis. O termo ‘polímata’ vem do grego antigo e significa ‘aquele que aprendeu muito’.
Generalista: um generalista é alguém que possui um amplo conhecimento ou habilidades em várias áreas, em vez de se especializar profundamente em uma única disciplina. Eles conseguem entender e lidar com uma ampla gama de assuntos, adaptando-se facilmente a diferentes contextos e situações. Apesar disso, o termo generalista ainda é usado de maneira pejorativa, na tentativa de diminuir o papel desse tipo de profissional no mundo lá fora, que é super importante.
Canivete Suíço: cunhei o termo durante o meu primeiro TEDx pra trazer uma espécie de empoderamento para o multipotencial. Nesse ideia de que, se eu junto todas as habilidades e talentos em uma só pessoa, tenho poder e autonomia nas mãos. Confesso que hoje me identifico menos com o termo, porque me interessa menos a questão funcional do multipotencial e mais o desejo genuíno de exploração criativa continua. De qualquer maneira, o termo colou e as pessoas se reconhecem, o que é o mais importante.
Profissional T: o conceito de profissional T refere-se a alguém que possui uma especialização profunda em um campo específico (a parte vertical do 'T'), mas também possui conhecimento ou habilidade em uma variedade de outras áreas (a parte horizontal do 'T'). Essa combinação de especialização e amplitude de conhecimento permite que os profissionais T apliquem suas habilidades de forma holística e inovadora, o que tem sido muito requisitado pelo mercado de trabalho.
Multiespecialista: ouvi esse termo pela primeira vez da boca Edney (Interney) Souza, durante um papo que fizemos no Futech Social Media Week. O multiespecialista é, portanto, alguém especializado em mais de uma área ou disciplina e, que, muitas vezes, cria pontes entre elas. Eles podem ter expertises aprofundados em dois ou mais campos diferentes e conseguem integrar conhecimentos de múltiplas fontes para resolver problemas complexos ou desenvolver soluções inovadoras.
Nexialista: ouvi esse termo pela primeira vez da Elis Lima, da E-Estruture, e ele foi cunhado pelo autor de ficção científica A.E. Van Vogt, em sua obra ‘The Voyage of the Space Beagle’. Depois, foi moldado por Walter Longo como sendo a capacidade de dar sentidos e nexo a assuntos diferentes. O nexialismo é a habilidade de utilizar a perspectiva de várias áreas do conhecimento, encontrando um nexo entre elas, para solucionar questões que não podem ser completamente resolvidas sem entender a amplitude de riscos e consequências por ângulos diversos.
Versatilista: esse termo foi cunhado por Pedro Simas e fiquei o conhecendo por meio de uma postagem da Larissa Brainer, no Linkedin. O versatilista é, segundo eles, um tipo de profissional que consegue adaptar suas habilidades e conhecimentos a uma variedade de contextos. Ou seja, que tem a versatilidade e a curiosidade como seu grande trunfo.
E, aí? Se identifica mais com um conceito do que outro? Me conta!
Isso tudo pra dizer: os multipotenciais (ou chame como quiser) não nasceram hoje e também não vão embora amanhã. O mundo, como se desenha o futuro, vai, cada vez mais, precisar de nós e dessas nossas potências. Bora se aceitar e nos expressar como bem-quisermos! Avante!
Psiu 1: me conta o que achou dessa edição? Tô no início desse processo, reencontrando minha voz e brincando com formatos,… então é super importante saber sua opinião…
O que achou dessa edição? |
Psiu 2: não sei se você sabe, mas pode me escrever de volta ou deixar seu comentário na versão online.
Espero que essa edição tenha acalmado seu coração multipotencial.
Beijos criativos,
Rafaela Cappai
Imagem da capa por Karthik Srinivas.
Reply