Nessa edição: exaltando os pequenos movimentos + um passo a passo prático pra descongelar uma ideia do coração!
Às vezes, o menor passo na direção certa acaba sendo o maior passo da sua vida. Caminhe na ponta dos pés, se for preciso, mas dê o passo.
Esse é um lembrete pra quem tem uma ideia congelada aí dentro. Um convite pra quebrar o gelo do medo e voltar a se mover, com ternura, coragem e micro-passos.
Você tem essa ideia aí, guardada na gaveta, faz um tempo. Sim, essa mesmo. Essa que você acabou de pensar. Essa que você sente que é a sua ideia. Sua identidade materializada. Você, derramada no mundo. Dá até um certo frisson quando você pensa nela, não dá?! As famosas borboletas no estômago.
Vez ou outra, durante o dia a dia, essa ideia aparece na sua cabeça. Faz tempo, na verdade. Entra ano e sai ano e ela continua aí. Pipocando. Não vai embora, como outras que perderam força. Foram e não voltaram mais. Essa volta sempre. Tem algo de especial nela. Você não quer abrir mão. 
É capaz de se imaginar fazendo-a existir no mundo. Às vezes, consegue até vislumbrar a pessoa que seria se ela existisse. Mas ela está congelada no tempo. Ela, não. Você. Congelada, por medo. O que vão pensar? Como vou fazer depois do passo um? Será que vai dar errado? E se der certo?  E se acharem que é bobeira? E se rirem de mim? E se disserem que não sou boa o bastante? E se ninguém entender? Pode parecer pretensioso demais? Será que tenho “direito” de fazer isso?
Às vezes, você até dá um ou dois passinhos na direção da sua criação. Mas, depois, para. E a guarda novamente na gaveta escura. Fingindo que ela não existe. Ela tá lá, reluzente, chamando sua atenção, pedindo pra ser movimentada. Mas você, novamente, fecha a gaveta. E fica mais um longo tempo fingindo não pensar nela... 
A real é que você não está parada no tempo. Você coloca energia em outras coisas. Até faz outras coisas acontecerem… você é boa nisso! Mas, não, não esse projeto. Não, essa ideia. É como se ela precisasse de um pouco mais de você. Como se sua energia e coragem habituais não fossem suficientes pra ela. Ela pede mais! Você vai precisar fazer um upgrade de ousadia. 
É como se ela estivesse protegida por uma áurea tão densa, que fica quase intocável, exibida numa redoma de vidro. É preciso quebrar essa redoma de vidro, tirar essa ideia do pedestal e começar a se movimentar, mesmo morrendo de medo.
Só assim as grandes ideias nascem. E eu chamo de grande não pelo impacto no mundo, mas pelo espaço que ela ocupa aí dentro. E o impacto que ela pode gerar em você. É preciso colocá-la em movimento, mesmo que mínimo.
Não precisa ser um salto gigantesco. Não precisa chutar o balde. Não precisa gritar pra todo mundo ouvir. Nem um lançamento. Nem uma virada de mesa.
Às vezes, é só abrir de novo a gaveta. Deixá-la aberta por um tempo. Deixar o ar entrar.
Tirar o mofo. Olhar pra ela com ternura e sem cobrança. Como quem reencontra uma parte de si que ficou esquecida, mas nunca deixou de existir. Perguntar o que ela precisa pra voltar a respirar. Talvez silêncio. Talvez um pouco mais de coragem. Talvez só o seu olhar presente. Talvez só assumir que ela é importante. Talvez só mais um passo. 
Anotar uma linha, mesmo tremida. Escolher uma cor de post-it. Contar pra uma pessoa segura, que escute sem julgar. Dar um nome, mesmo que provisório, pra que ela volte a existir no mundo. Fazer um esboço torto, sem querer acertar. Permitir-se brincar com as ideias.
E então, dar um primeiro próximo passo. Ridiculamente pequeno, mas dado. Um gesto quase imperceptível, mas suficiente pra quebrar o gelo do que parece impossível. Um só passo. Hoje. E outro amanhã. Um só passo. Um conjunto deles. Micro ações. Que nem precisam ser as certas. Apenas movimentar. Sair do lugar.
Porque, às vezes, tudo o que uma ideia precisa pra ser movimentada é ser olhada com amor e movida com leveza. E tudo que você precisa sentir, é que está segura, pra assumir mais esse passo!
O passo a passo cuidadoso para descongelar uma ideia:
- Reencontre a ideia: pegue um tempo de calma, abra a gaveta (literal ou simbólica) e olhe pra ela de novo. Leia o que você escreveu, veja as anotações antigas, lembre o porquê de ter se apaixonado por ela. 
- Escute o que ela pede: antes de agir, pergunte o que essa ideia precisa de você agora, através de um descarrego de ideias. Papel e caneta e deixe o braço fluir. O que vem? Às vezes, o primeiro passo é só escutar sem tentar resolver. 
- Dê forma mínima: escolha um gesto pequeno, um título, uma frase, um rascunho, uma pasta no computador. Algo que diga: “estou aqui de novo”. 
- Tire do segredo: conte pra alguém de confiança. Falar em voz alta muda a frequência. Deixa de ser fantasia e vira intenção. 
- Reserve um micro-tempo: bloqueie 10 ou 15 minutos na agenda, só pra se dedicar a ela. Sem meta de terminar, apenas tocar na ideia. 
- Escolha o próximo micromovimento: pode ser mandar um e-mail, abrir um documento, fazer uma pesquisa, rabiscar uma ideia. Só um. 
- Celebre o mínimo: não subestime o pequeno avanço. A cada micro ação, o gelo (interno e externo) derrete um pouco mais. 
- Volte amanhã: com o mesmo carinho, o mesmo olhar. Sem pressa, sem drama. Consistência gentil é o que transforma o impossível em matéria. 
Como posso te apoiar nesse momento?
Se quiser ajuda pra colocar esse projeto criativo no mundo, apoiada pela minha metodologia, vem pro Seja Um Canivete Suíço!
Coragem, 
Rafaela 

